Trecho útil da decisão:

STJ – AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 3056091 - DF (2025/0367108-4)

 mínimos estabelecidos no art. 85, § 8º- A, do CPC, quando da fixação dos honorários advocatícios por apreciação equitativa" (Recursos Especiais n. 2.159.431/SP, 2.135.007/SP, 2.199.761/PE, 2.199.766/PE e 2.199.778/PE). Dessa forma, para que seja observada a sistemática prevista nos arts. 1.040 e 1.041 do CPC, impõe-se a devolução dos autos ao Tribunal de origem, conforme dispõe o art. 256-L do RISTJ: Art. 256-L. Publicada a decisão de afetação, os demais recursos especiais em tramitação no STJ fundados em idêntica questão de direito: I - se já distribuídos, serão devolvidos ao Tribunal de origem, para nele permanecerem suspensos, por meio de decisão fundamentada do relator; II - se ainda não distribuídos, serão devolvidos ao Tribunal de origem por decisão fundamentada do Presidente do STJ. Registre-se que, segundo a orientação jurisprudencial do STJ, o ato judicial que determina o sobrestamento e o retorno dos autos à corte de origem a fim de que seja exercido o competente juízo de retratação/conformação (arts. 1.040 e 1.041 do CPC) não tem carga decisória, por isso é provimento irrecorrível. Nesse sentido: AgInt no REsp n. 1.140.843/PR, relatora Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 23/10/2018, DJe de 30/10/2018; AgInt nos EDcl nos EREsp n. 1.126.385/MG, relator Ministro Og Fernandes, Primeira Seção, julgado em 13/9/2017, DJe de 20/9/2017; AgInt no REsp n. 1.663.877/SE, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 22/8/2017, DJe de 4/9/2017; e AgInt no REsp n. 1.661.811/SP, relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 26/6/2018, DJe de 29/6/2018. Ante o exposto, determino a restituição dos autos ao Tribunal de origem a fim de que fiquem sobrestados até o julgamento definitivo da matéria submetida à sistemática dos recursos repetitivos (Tema n. 1.388) e eventual retratação prevista nos arts. 1.040, II, e 1.041 do CPC. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 

Decisão completa:

                 AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 3056091 - DF (2025/0367108-4)

          RELATOR                          : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
          AGRAVANTE                        : LUIZA SOUSA DA SILVA
          ADVOGADO                         : LUIZA SOUSA DA SILVA (EM CAUSA PRÓPRIA) -
                                             DF065880
          AGRAVADO                         : LUCIA NOBREGA DE ALMEIDA
          ADVOGADO                         : MONIQUE RAFAELLA ROCHA FURTADO - DF034131
          AGRAVADO                         : BANCO BMG S.A
          ADVOGADO                         : ANTONIO DE MORAES DOURADO NETO - PE023255

                                                                        DECISÃO


                           Trata-se de agravo em recurso especial interposto por LUIZA SOUSA DA

          SILVA contra decisão que inadmitiu recurso especial na origem.

                           O recurso especial foi interposto contra acórdão assim ementado:

                                RECURSOS DE APELAÇÃO. DIREITO DO CONSUMIDOR E
                            PROCESSUAL CIVIL. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. ANULAÇÃO DE
                            CONTRATO BANCÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. RESTITUIÇÃO
                            SIMPLES. DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE OFENSA AOS DIREITOS DA
                            PERSONALIDADE.     HONORÁRIOS    SUCUMBENCIAIS.     EQUIDADE.
                            CABIMENTO. RECURSO AUTORAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
                            RECURSO DA TERCEIRA INTERESSADA CONHECIDO E PARCIALMENTE
                            PROVIDO.
                                1. NOS TERMOS DO ART. 42 DO CÓDIGO DE DEFESA DO
                            CONSUMIDOR, A COBRANÇA DE QUANTIA INDEVIDA CONFERE AO
                            PARTICULAR O DIREITO À REPETIÇÃO DO INDÉBITO, POR VALOR IGUAL
                            AO DOBRO DO QUE PAGOU EM EXCESSO, SEM PREJUÍZO DE CORREÇÃO
                            MONETÁRIA E JUROS LEGAIS, SALVO HIPÓTESE DE ENGANO
                            JUSTIFICÁVEL. 1.1. A DEVOLUÇÃO EM DOBRO, TODAVIA, FICA
                            SUBORDINADA À COMPROVAÇÃO DE ENGANO INJUSTIFICÁVEL,



 
                            REVESTIDO DE MÁ-FÉ, DAQUELE QUE RECEBEU INDEVIDAMENTE O
                            VALOR.
                                 2. QUANTO AO DANO MORAL, ESTE É UM ABALO AOS DIREITOS DA
                            PERSONALIDADE CAUSADO POR ATO DE TERCEIROS QUE FOGE AO
                            PADRÃO DA HABITUALIDADE. 2.1 PARA SUA CONFIGURAÇÃO, DEVE O
                            JUIZ VERIFICAR, ANTE OS ELEMENTOS COLIGIDOS NO PROCESSO, A
                            TÍTULO DE PROVA, SE A SITUAÇÃO EXPERIMENTADA PELA PARTE FOI
                            LESIVA À SUA HONRA, QUER NO ASPECTO SUBJETIVO, QUER NO
                            ASPECTO OBJETIVO. 2.2 NO CASO, A INDENIZAÇÃO APENAS SERIA
                            DEVIDA SE HOUVESSE LESÃO À ESFERA PERSONALÍSSIMA
                            (EXTRAPATRIMONIAL)       DO   CONSUMIDOR,      SITUAÇÃO    NÃO
                            DEMONSTRADA NOS AUTOS.
                                 3. CONFORME TESE FIXADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
                            NO JULGAMENTO DO TEMA 1076, SOB SISTEMÁTICA DOS RECURSOS
                            REPETITIVOS, APENAS SE ADMITE ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS
                            POR EQUIDADE QUANDO, HAVENDO OU NÃO CONDENAÇÃO: (A) O
                            PROVEITO ECONÔMICO OBTIDO PELO VENCEDOR FOR INESTIMÁVEL OU
                            IRRISÓRIO; OU (B) O VALOR DA CAUSA FOR MUITO BAIXO. 3.1 NÃO SE
                            TRATANDO DE CAUSA DE VALOR INESTIMÁVEL E NÃO SENDO
                            IRRISÓRIO O PROVEITO ECONÔMICO, DEVERIAM SER OBSERVADOS, NO
                            CASO CONCRETO, OS PARÂMETROS FIXADOS PELO ART. 85, PARÁGRAFO
                            2°, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, PARA A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS
                            DE SUCUMBÊNCIA.
                                 4. RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.


                           Os autos vieram conclusos para análise.

                           É o relatório. Decido.
                           O agravo em recurso especial possui como objeto questões submetidas a

          julgamento afetado à sistemática dos recursos repetitivos em que se busca definir a
          "necessidade de observância dos parâmetros mínimos estabelecidos no art. 85, § 8º-

          A, do CPC, quando da fixação dos honorários advocatícios por apreciação
          equitativa" (Recursos Especiais n. 2.159.431/SP, 2.135.007/SP, 2.199.761/PE,

          2.199.766/PE e 2.199.778/PE).




 
                           Dessa forma, para que seja observada a sistemática prevista nos arts. 1.040
          e 1.041 do CPC, impõe-se a devolução dos autos ao Tribunal de origem, conforme

          dispõe o art. 256-L do RISTJ:


                                  Art. 256-L. Publicada a decisão de afetação, os demais recursos especiais em
                            tramitação no STJ fundados em idêntica questão de direito:

                                 I - se já distribuídos, serão devolvidos ao Tribunal de origem, para nele
                            permanecerem suspensos, por meio de decisão fundamentada do relator;

                                  II - se ainda não distribuídos, serão devolvidos ao Tribunal de origem por
                            decisão fundamentada do Presidente do STJ.



                           Registre-se que, segundo a orientação jurisprudencial do STJ, o ato

          judicial que determina o sobrestamento e o retorno dos autos à corte de origem a fim

          de que seja exercido o competente juízo de retratação/conformação (arts. 1.040 e

          1.041 do CPC) não tem carga decisória, por isso é provimento irrecorrível.

                           Nesse sentido: AgInt no REsp n. 1.140.843/PR, relatora Ministra Regina

          Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 23/10/2018, DJe de 30/10/2018; AgInt
          nos EDcl nos EREsp n. 1.126.385/MG, relator Ministro Og Fernandes, Primeira

          Seção, julgado em 13/9/2017, DJe de 20/9/2017; AgInt no REsp n. 1.663.877/SE,

          relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 22/8/2017, DJe

          de 4/9/2017; e AgInt no REsp n. 1.661.811/SP, relator Ministro Luis Felipe
          Salomão, Quarta Turma, julgado em 26/6/2018, DJe de 29/6/2018.

                           Ante o exposto, determino a restituição dos autos ao Tribunal de

          origem a fim de que fiquem sobrestados até o julgamento definitivo da matéria

          submetida à sistemática dos recursos repetitivos (Tema n. 1.388) e eventual

          retratação prevista nos arts. 1.040, II, e 1.041 do CPC.

                           Publique-se. Intimem-se.

 
                               Brasília, 04 de novembro de 2025.



                                                      Ministro João Otávio de Noronha
                                                                  Relator