AGRAVO DE INSTRUMENTO – Documento:7083747 ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agravo de Instrumento Nº 5005506-52.2025.8.24.0000/SC DESPACHO/DECISÃO M. N. interpôs recurso de agravo de instrumento contra decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Blumenau que, nos autos da ação de execução de título executivo extrajudicial ajuizada por IPIRANGA PRODUTOS DE PETROLEO S.A. , restou vertida nos seguintes termos: Rejeito a impugnação à penhora, porque: (a) o imóvel encontra-se locado, o que é incompatível com a alegação de impenhorabilidade; (b) a executada impugnante não trouxe nenhum indício documental no sentido de que a avaliação efetuada pelo Oficial de Justiça esteja em desacordo com o valor de mercado.
(TJSC; Processo nº 5005506-52.2025.8.24.0000; Recurso: Agravo de Instrumento; Relator: ; Órgão julgador: ; Data do Julgamento: 19 de dezembro de 2006)
Texto completo da decisão
Documento:7083747 ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Agravo de Instrumento Nº 5005506-52.2025.8.24.0000/SC
DESPACHO/DECISÃO
M. N. interpôs recurso de agravo de instrumento contra decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Blumenau que, nos autos da ação de execução de título executivo extrajudicial ajuizada por IPIRANGA PRODUTOS DE PETROLEO S.A. , restou vertida nos seguintes termos:
Rejeito a impugnação à penhora, porque: (a) o imóvel encontra-se locado, o que é incompatível com a alegação de impenhorabilidade; (b) a executada impugnante não trouxe nenhum indício documental no sentido de que a avaliação efetuada pelo Oficial de Justiça esteja em desacordo com o valor de mercado.
Intime-se o credor para que, caso ainda não tenha feito, promova a intimação do intimação do credor pignoratício (CPC, art. 799, I).
Após, proceda-se ao leilão.
Intimem-se.
Pugna, em síntese, pela reforma da decisão, defendendo a impenhorabilidade do imóvel "de matrícula nº 6066 (apartamento) e 6067 (vaga de garagem) do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Blumenau/SC, bem como acolher a impugnação da avaliação e consequentemente determinar a nomeação de um corretor para realizar avaliação do imóvel (apartamento e garagem)".
Requereu, assim, a concessão de efeito suspensivo.
Indeferido o benefício da justiça gratuita (evento 14), sobreveio o recolhimento do preparo recursal (evento 89).
Decido.
O agravo é cabível, tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual defiro o seu processamento.
Por conseguinte, passo à analise do pedido de efeito suspensivo, cujo acolhimento pressupõe o preenchimento dos requisitos estabelecidos no art. 995, parágrafo único, do CPC/2015, que preceitua: "a eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso".
A propósito, colhe-se da doutrina especializada:
"A suspensão da decisão recorrida por força de decisão judicial está subordinada à demonstração da probabilidade de provimento do recurso (probabilidade do direito alegado no recurso, o fumus boni iuris recursal) e do perigo na demora (periculum in mora). [...]. O que interessa para a concessão de efeito suspensivo, além da probabilidade de provimento recursal, é a existência de perigo na demora na obtenção do provimento recursal" (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1055-1056).
Salienta-se que os mencionados requisitos - fumus boni iuris recursal e periculum in mora - são cumulativos, de modo que, estando ausente um deles, é desnecessário se averiguar a presença do outro.
Assim, o acolhimento do pedido de efeito suspensivo pressupõe a existência da relevância da motivação do agravo e do receio de lesão grave e de difícil reparação.
Gize-se, ademais, que, para fins de concessão do efeito suspensivo, a temática ventilada deve reclamar maior urgência, ou seja, deve existir uma circunstância fática (um "plus") que revele a gravidade que a manutenção da decisão objurgada possa causar à parte, de maneira que justifique, por consectário, a suspensão dos efeitos do decisum.
No caso, não se evidencia qual seria o risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação causado pela decisão atacada, de modo que inexiste perigo de dano que impeça a parte recorrente de aguardar a análise do mérito recursal pelo Colegiado.
Portanto, ausente a verificação, in casu, do perigo da demora, impossível a concessão do efeito postulado, visto que os requisitos são aditivos e não alternativos, de modo que a ausência de um só é suficiente para obstar o seu deferimento.
Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de efeito suspensivo.
Comunique-se ao Juízo de origem.
Cumpra-se o disposto no art. 1.019, II, do CPC/15.
Publique-se. Intimem-se.
assinado por JAIME MACHADO JUNIOR, Desembargador, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://2g.tjsc.jus.br//verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 7083747v2 e do código CRC 3eacaa9a.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): JAIME MACHADO JUNIOR
Data e Hora: 14/11/2025, às 12:12:37
5005506-52.2025.8.24.0000 7083747 .V2
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